terça-feira, 21 de julho de 2015

Impermanencia...



Foi um fim de semana a divagar sobre a impermanencia, substantivo tão caro aos budistas...
Impermanencia , desapego...

Foi, construir castelos na areia com o "segundogenito", em que a maior diversão era mesmo desmanchar tudo para fazer de novo...
Foi, constatar que pessoas que pareciam que iam viver para sempre, morreram sem aviso...
Foi perceber que as minhas crias estão a crescer, e que se era imponderavel estarem uma semana fora de casa a verdade é que já vao em quatro!

A impermanencia... que tudo muta, entre polaridades opostas... Nos ciclos da natureza, nos comportamentos...tudo evoluir...

Aos poucos está a levar-me a infancia dos meus filhos...
Acho que desde que nasceram que comecei em contagem decrescente. E numa noite, quando o primogenito tinha poucos meses , e o tempo assustadoramente acelerado, levava-me os preciosos momentos com ele, segurei-o com todos os meus sentidos...E memorizei cada pormenor, cada sensação, cada som, cor, enquanto ele dormia nos meus braços, tao sereno... Guardei aquele momento no santuario do meu coração, para poder la voltar...

E continuo a fazer isso com os momentos que me é imperativo congelar no tempo. São o meu refugio nos abrasivos desafios da vida.
Singularidades, como sentir o pulsar dum coração adormecido em ternura e cumplicidade... Guardar na ponta dos dedos os matizes e texturas do cabelo, da pele..E passam a fazer parte de mim...

Sim, indiscutivelmente a impermancia molda a nossa vida....Mas para a impermanencia existem as memorias... até que estas sejam impermanentes tambem,,,

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Greatness Within

  “Protegei-me da sabedoria que não chora, da filosofia que não ri e da grandeza que não se inclina perante as crianças.”  Khalil Gibran