Canções africanas, shamanicas, mantras, coordenados com passos coreografados e instrumentos de percussão.
Do grupo só conhecia uma pessoa, um amigo dos tempos da uniao budista...então foi aquele primeiro instante de desconforto, de sair nos limites da normalidade, à frente de gente desconhecida, de querer fazer tudo direitinho...
Lá para a terceira melodia deixei de me preocupar com os outros e de estar tão focada no Fazer para me conectar com o Sentir.
Foi muito interessante, e apesar de só umas horas depois começar a sentir o efeito da pratica, as ondas sucessivas de energia continuam a eclodir e a dissolver , a regenerar. Como o pulsar dos ritmos da Terra.
Tenho andado a debater-me internamente com a Pena vs Compaixão.
Isto porque a perspectiva da Pena é dorida, é um sofrimento cuja lógica não alcança o porquê. A Compaixão implica um Amor unificador e uma Fé intrínseca que tudo acontece por uma razão maior.
A Pena tortura a Mente, a Compaixão eleva o Coração.
Esta tem sido a questão base pela que me afastei de tudo o que estava relacionado com a Cura dos outros.Não consigo gerir os desafios, o sofrimento, o caos dos outros sem sentir Pena. E apesar de manter o discurso positivo, elevado, de esperança, no meu intimo penso: "Meu Deus, ninguém merece...Qual é o sentido disto tudo?!!O Ser Humano no seu pior..."
A mensagem que recebi foi :
"Milagres Acontecem".
Milagres Acontecem, significa que, assim como há um Abismo de Sombra , existe um Universo de Luz.
Quanto a mim, percebi que, apenas quando a Pena se transformar em Compaixão, estará no momento de dar um passo em frente e voltar a estar para os outros, agora duma forma mais madura.
PS. E o bónus foi poder usar as minhas calças vermelhas afegani que só saem do armário nestes momentos muito próprios! Ahoooo! :)
