Mais um ano a terminar...Se bem que os fins e recomeços acontecem inesperadamente, sem data marcada. Tantas passagens de ano, dentro dum ano, podem ocorrer, mais um degrau na espiral da Vida, que tira um pouco o sentido a todos os rituais que este dia contem. Mas é sempre um momento bom para refletir.
Houve anos em que desenhei expectativas elevadas, com muitos objetivos descritos para cada area da minha vida. E concretizei-os com todo o empenho exagerado que coloco nas coisas. O meu professor de Yoga ( o primeiro) disse-me uma vez que se eu decidisse subir ao topo duma montanha, conseguiria sem duvida alguma. Poderia la chegar com pernas partidas, mas chegaria. É a caraterizaçao absoluta da energia de Aries. Tive de estrear os Quarenta para perceber que o objetivo não é chegar ao topo da montanha, mas desfrutar o caminho até lá, regulando o ritmo de acordo com as situações. Parece um cliché, mas demorei até interiorizar este conceito.
Houve anos que decidi não ter objetivos definidos. Deixar a vida se manifestar e ajustar a rota conforme o vento. Acabou por ser mais dificil , ter um fluxo de energia pulsante em mim sem rumo. Completamente o oposto da minha Natureza. Porque, interiormente, o meu maior receio, é o potencial não concretizado.É como se devesse algo à Vida, por existir. Fazer algo util, crescer, colaborar, edificar... Em retrospectiva, também não foi a melhor estratégia.
Algures no meio termo estará o meu Caminho.
2017, tem sido um ano muito interessante, de novos paradoxos mentais e emocionais.
Determinei , com o ciclo dos 5 Movimentos (Elementos) o que queria crescer em cada uma dessas esferas energéticas. Fogo, viver com mais leveza emocional, relativizar, limpar. Terra, consolidação financeira. Metal, dedicação às praticas espirituais, consistencia. Agua, desfrutar mais, usufruir, ser grata. Por fim, Madeira, crescer na area da saude /biologia.
Foi o ano que terminei o curso de MTC, e depois de algum conflito interior, aceitei que sou feliz , gosto e quero continuar no Turismo. Nunca pensei que fosse possivel acordar de manha com vontade de ir trabalhar, sendo que mais do que as funções que desempenho,são as pessoas, as condições, que permitem-me crescer e expressar o meu melhor. Não é "Rocket Science" , mas existe um espaço de coisas novas que posso aprender e isso é determinante para me sentir bem.
A Industria foi um exercicio de resiliencia, de falta de valores e de poucas mas valiosas amizades. O Turismo, ajudou-me a voltar a acreditar em mim e sentir-me integrada,e que empresto o meu tempo para ajudar os outros a serem um pouco mais felizes.
Foi o ano em que, não tendo cursos, testes e estudos tive de olhar para as minhas emoções em vez de me esconder atrás dos livros e das filosofias. Descobri uma solidão avassaladora dentro de mim. Acho que de me dar tanto pouco sobrava para mim. "Não tenho tempo para ti. A tua presença ou ausência é igual para mim. Os outros são mais importantes."... Em palavras, em comportamentos, tive de aprender a lidar com isso.Sofri imenso, doeu lá bem no fundo mas foi da maneira que deixei de ter de provar , de explicar... Toda a gente quer ser ouvida, poucos são os que sabem ouvir.
Fiz as pazes com a minha Solitude, aprendi a estar bem comigo mesma, e a perceber que existe um Momentum de Silencio que tudo contem, sem esforço. Mais um cliche: aprendi que basto-me a mim mesma.
Quem se agarra a ancoras, afunda. Bom mesmo é ter os pés no chão, caminhar com confiança e manter a mente aberta à magia da vida.
As grandes revelações vieram dos meus filhos. Estão a crescer felizes, seres humanos tão bonitos, tão completos, generosos, amáveis. Como sempre sonhei...Encantam-me com as suas partilhas, com a sua forma limpa e luminosa de olhar para a vida e para os outros. O perfil de facebook do primogenito com uma foto: " Eu e a minha namorada" foi o fim do meu Reinado. :D
O desafio dos 100 dias, inspirado na mensagem do Peter Cohen ensinou-te que a capacidade de superar obstaculos continua intacta em mim. Com mais maturidade e muitas cicatrizes, a vontade de chegar ao cume da Montanha continua a ser um forte impulsor. E isto é algo que é importante integrar nas dinâmicas do meu dia-a-dia. Preciso de desafios para estar bem.
Encontrei um Mestre Zen com quem me identifico, o Mooji. Particularmente descontraido , imensamente profundo e simplista. Sendo da linha Vedanta (devocional) , veio testar as minhas convicçoes e preconceitos, pois a minha formação espiritual é , desde que comecei no Yoga, Samkya (logica). Yin e Yang...Aceitar as duas vertentes, por em pratica o que fizer sentido. Equilibrio dinamico.
Estes ultimos dias do ano, sem despertador, com os miudos e a minha familia foram maravilhosos. Adorei ver os presepios. Nunca pensei que fosse tão bonito...
Ano 2018, o Ano 11, consolidação dum novo ciclo, o da Transcencendia, parece-me.
É o ano em que farei 20 anos de vegetarianismo! 20 anos de consciencia ecologica, espiritual, biologica, anti-sofrimento. Quem apostou que era uma mania que nem um mes ia durar, perdeu.
Espero ajudar e apoiar os meus filhos no seu percurso. Ter tempo com os meus pais.
Espero ir à India com a minha mãe (Anandamarga).
Espero contribuir positivamente na vida daqueles que me rodeiam.
Espero aprender coisas novas, partilhar aquilo que sei, ser Feliz.
E espero , ter a Sabedoria para deixar a Vida acontecer, ouvir o meu Coração, nutrir a minha Mente, expandir o meu Espirito.
Como o 11 é o meu numero pessoal da Personalidade, será sem duvida um ano mágico, místico, cheio de sincronias e revelações. A Ponte entre perspectivas.
Para todos desejo, novas datas memoráveis de Felicidade, Prosperidade, Paz de espirito , Saude, e muito Amor.
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