A vida é muito curiosa e tenho a distinta impressão que as respostas que procuramos estão encerradas nas perguntas que fazemos, na sua raiz. É naquilo que nos impele a colocar uma pergunta que está a resposta.
E nestes dias as minhas perguntas andam à volta do Sangha. Nos livros que leio, nas experiências que atraio para mim...
Sangha, segundo o wikipedia :
Sangha ou sanga[1] (em páli, saṅgha; em sânscrito, संघ saṃgha) é uma palavra em páli ou sânscrito que pode ser traduzida aproximadamente como "associação", "assembleia" ou "comunidade" com um objetivo, visão ou propósito comuns, "ordem religiosa".[2]
A nossa Sangha compõe -se da nossa familia, relacionamentos intimos, amigos , conhecidos e até desconhecidos pelo simples facto de todos partilharmos o mesmo planeta, com todos os milagres e desafios que isso nos coloca. Inclui igualmente os grupos ideologicos, politico, filosoficos, religiosos a que pertencemos.
Mas é em essencia, aquele restrito grupo de pessoas que nos torna melhores, que nos impele a crescer, que nos faz sentir seguros, que nos faz sentir amados.
"Num Sangha , procuramos sempre encontrar e criar alegrias salutares no contexto do dia-a-dia. Não nos podemos dar ao luxo de amar menos do que vinte e quatro horas por dia. "
Thich Nhat Hanh
No meu caminho tive bons professores:
A Ciencia ensinou-me o discernimento.
A Astrologia ensinou-me a ver para alem da visão.
A Religião ensinou-me a sentir para alem da pele.
E agora finalmente a Meditação está a ensinar-me a ouvir para além do obvio.
A arte de ouvir, com todas as celulas e energia do meu ser...Ouvir é estar para o outro de forma plena e aberta. É simplesmente estar...Sem dar sugestões , opinioes, palpites, querer corrigir, querer consertar. Ouvir implica um espaço de silencio. Não implica uma resposta, e muito menos concepçoes mentais e emocionais colaterais que na verdade não acrescentam nada. Quando duas Almas se falam , se ouvem, o que há para corrigir se tudo ja é perfeito? É redundante...
E a minha questão é, ver, sentir e ouvir para além dos outros isola-me na medida em que na maioria dos casos os outros não tem essa disponibilidade para mim? Torna-me mais consciente da minha solidão?
A resposta é simples, Sangha, é isso que sinto em falta.
Mas encontrar a nossa Sangha, é um percurso de tentativa e erro.
E ao assistir ao Satsang com o Sri Mooji, um monge do Budismo Zen , achei desconfortavel toda aquela emotividade, choradeira. Só ontem me apercebi porque é que aquelas pessoas choravam...Porque finalmente estavam diante do Amor, um Amor que irradiava delas e para elas, e se sentiam verdadeiramente ouvidas.
E isso é uma extraordinaria benção...
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